A iniciativa beneficiará cerca de 10,5 mil meninas e mulheres a partir de 10 anos, que frequentam as escolas da rede municipal de ensino, as unidades da Fumec e os cursos do Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp). O valor do investimento será de R$ 1.189.230,00. A homologação da compra foi feita pela Fumec e publicada no Diário Oficial do Município do dia 19 de outubro.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, destaca que os produtos estarão em todas as unidades escolares da rede municipal para quaisquer alunas que precisarem, com ênfase às que se encontram em situação de vulnerabilidade. “Sabemos que a pobreza menstrual gera desconforto, insegurança e discriminação, além do fato de que muitas se ausentam da escola ou do trabalho no período menstrual devido à falta de produtos. Dignidade menstrual é justamente o acesso a produtos adequados para lidar com a menstruação de maneira segura, saudável e digna.”, afirma.
“Assegurar o bem-estar de nossas alunas, minimizando desconfortos ou constrangimentos, faz parte de nossa missão como gestores públicos e é sempre uma determinação do prefeito Dário”, completa Ary James Pissinatto, diretor executivo da Fumec.
Levantamento em Campinas
Um levantamento realizado no início do ano pelo Centro de Referência e Apoio à Mulher (Ceamo), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social, apontou que uma em cada quatro meninas de 10 a 19 anos de Campinas não possui acesso a itens de higiene menstrual. Foi a primeira vez que um estudo como esse foi feito no município.
Durante a pesquisa, foram ouvidas 79.036 jovens nessa faixa etária, das quais 19.759 relataram que convivem com o problema. Ou seja, exatos 25% do total. O balanço mostra, ainda, que cerca de 2 mil deixaram de frequentar a escola por não terem absorvente.
Mulheres na rede
A Rede Municipal de Educação tem matriculadas 5.955 meninas e mulheres com idades entre 10 e 50 anos. Na Fumec, na Educação de Jovens e Adultos Anos Iniciais, 947 mulheres entre 15 e 50 anos são atendidas pelos programas municipais. Na educação profissional, que engloba os cursos técnicos e os de qualificação profissional, há 3.594 alunas em todas as unidades descentralizadas, carretas e instituições parceiras.
Pobreza menstrual x dignidade
A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece, desde 2014, o direito à higiene menstrual como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. A Organização estima que 1 entre 10 meninas no mundo sofram com o impacto da pobreza menstrual na vida escolar. No Brasil, estima-se que esse número seja 1 em 4.
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 713 mil meninas no Brasil vivem sem banheiro ou chuveiro em casa, 900 mil não têm acesso a água canalizada e 6,5 milhões vivem em casas sem ligação à rede de esgoto. Quatro milhões de meninas sofrem com pelo menos uma privação de higiene nas escolas, o que inclui a falta de acesso a absorventes e banheiros com sabonetes.
A pobreza menstrual afeta, no Brasil, 28% das pessoas de baixa renda na faixa etária entre os 14 e os 45 anos, o equivalente a uma população de 11,3 milhões de habitantes. Uma parcela de 40% dessas mulheres se encontra na faixa etária entre os 14 e os 24 anos.
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